População de Canindé e autoridades debatem sobre projeto de usina fotovoltaica
Todos os detalhes do projeto
foram apresentados pela consultora ambiental Gabriela Almeida, durante
audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Canindé do São Francisco.
Esse prazo foi iniciado na última sexta-feira,
29 de setembro, com a realização da audiência pública para apresentação dos
possíveis impactos ambientais e medidas compensatórias da iniciativa, feita à
comunidade canindense pela equipe do Grupo Gabriela Almeida Ambiental, empresa
contratada pelos investidores para realizar o Estudo e o Relatório de Impacto
Ambiental (Eia/Rima) da operação, e todo o trabalho necessário para a obtenção
das licenças ambientais.
A audiência foi realizada na Câmara de
Vereadores de Canindé e contou com a presença do presidente da Adema, George
Trindade, e membros do órgão; de engenheiros da Energisa; de integrantes dos
poderes Executivo e Legislativo local; representantes da Enesf; da Nova
Participações; do ICMBio/Ibama e moradores da cidade.
A usina, que é um investimento de
aproximadamente R$ 6 bilhões, terá cerca de 2.000.000 de placas fotovoltaicas, e
durante a construção, estimada para acontecer em cinco anos, gerará cerca de 1.000
empregos diretos na região, a cada fase do processo. Após instalada, a
estimativa é de que sejam empregadas, diretamente, 40 pessoas.
O objetivo do empreendimento é gerar e
comercializar energia elétrica a partir de uma fonte de eficácia solar, por
meio da implantação de quatro parques, denominados de Canindé de São Francisco
I, II, III e IV, que juntos terão uma potência instalada de 1.152 MW. A energia
produzida pela usina será utilizada pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), e
para isso, está prevista a implantação de uma linha de transmissão de 500 KV,
com comprimento de 22,85 km até a subestação de Xingó.
“Durante a última audiência pública do
processo, toda a minha equipe pode explicar, de maneira detalhada, o
levantamento que fizemos e que foi, além de muito amplo, extremamente
minucioso. Houve estudo sobre a fauna, a flora, a arqueologia, o meio físico,
socioeconômico e cultural, estudos locacionais e sobre as áreas de influência
do empreendimento”, explica a consultora Ambiental responsável pelo projeto
para obtenção da licença da Enesf, Gabriela Almeida.
Sabatina para dirimir dúvidas
Ela apresentou os impactos ambientais e as
medidas mitigadoras que serão tomadas em virtude da construção da usina
fotovoltaica, e respondeu aos questionamentos feitos pelos técnicos e analistas
ambientais presentes, bem como pelos moradores de Canindé.
Para a implementação das medidas compensatórias
e mitigadoras, e acompanhamento dos resultados esperados, serão executados
Programas Socioambientais, que deverão contribuir para a manutenção da
qualidade ambiental, e da saúde e bem-estar da população da área de Influência
do empreendimento.
Por isso, serão praticados os programas de gestão
ambiental, de controle ambiental de obras, de gerenciamento de resíduos da
construção civil, de gerenciamento de resíduos sólidos, de educação ambiental,
de educação sexual, de controle e monitoramento de ruídos, de gerenciamento de
emissões atmosféricas, e de compensação ambiental.
Após a concessão da Licença Prévia, será
iniciada a fase de atendimento às condicionantes ambientais, para em seguida,
dar entrada no pedido de Licença de Instalação, quando a obra, propriamente
dita, será iniciada. Com o atendimento a todas as condicionantes elencadas na
fase anterior, é solicitada a Licença de Operação. “Após toda a análise feita,
não temos dúvida de que o projeto é considerado viável, tanto do ponto de vista
locacional quanto socioambiental”, enfatiza Gabriela Almeida.
Vantagens da implantação da usina
Entre as vantagens da instalação da usina
fotovoltaica, que utilizará energia solar para a geração de eletricidade, estão:
- Não emissão de poluentes atmosféricos,
contribuindo para redução das emissões de gases associados ao efeito estufa, e
no cumprimento dos acordos internacionais ambientais firmados pelo Brasil;
- Diversificação da matriz de energia elétrica
nacional, reduzindo o risco de dependência da fonte hidráulica, e dirimindo
investimentos em fontes que podem ser mais caras ao consumidor final ou mais
poluentes;
- Inserção do município de Canindé de São
Francisco no polo dos estados percursores no desenvolvimento sustentável, promovendo
melhorias socioambientais e econômicas aliadas ao uso das novas tecnologias de
geração de energia;
- Riscos potenciais de acidentes ambientais
são praticamente desconsideráveis;
- Haverá impacto social positivo com a criação
de empregos diretos e indiretos, inclusive para os residentes no entorno do
empreendimento, além de geração de receitas ao município de Canindé, nas fases
de implantação e operação.