Alta nos preços das mercadorias e combustíveis pressionam os pequenos negócios

Elevação de custos tem causado dificuldades para empreendedores sergipanos

 

O aumento no preço dos insumos e das mercadorias e a alta dos combustíveis têm sido os fatores que mais têm pressionado os custos dos pequenos negócios em Sergipe. É o que indica a 12ª edição da Pesquisa de Impacto da Pandemia nos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) entre o fim de agosto e o início de setembro.

 

O gasto com insumos foi apontado por 38% dos empreendedores como o principal para manter a empresa em funcionamento. O custo com combustíveis, por sua vez, foi citado por 23% dos entrevistados. As despesas com aluguel e energia elétrica também merecem destaque, sendo citados por 18 e 10% dos empresários, respectivamente.

 

A tendência é que esse cenário persista nos próximos meses. A expectativa do setor financeiro é que a inflação fique em torno dos 8% para esse ano. Somente até agosto, o preço da gasolina avançou 31,09%, enquanto o do diesel acumula alta de 28,02%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

 

“A situação das pequenas empresas é preocupante. Por um lado, o faturamento ainda não retornou aos níveis pré-pandemia. Por outro, temos verificado um aumento nos custos desses negócios, o que contribui para que a lucratividade diminua. Tudo isso tem dificultado o processo de retomada desses estabelecimentos e criado dificuldades para que eles continuem funcionando”, explica o superintendente do Sebrae, Paulo do Eirado.

 

Pesos diferentes

 

Quando analisados por porte da empresa e setores, a alta dos preços das mercadorias e combustíveis exercem pesos diferentes. Apesar dos dois itens seguirem o mesmo grau de importância entre os microempreendedores individuais (MEI) e as micro e pequenas empresas, o preço dos insumos têm um impacto maior nas MPE (39%) do que entre os MEI (35%), e o preço dos combustíveis pesa mais nos microempreendedores individuais (28%) do que nas micro e pequenas (22%).

 

A mesma diferença acontece entre homens e mulheres. Para 32% dos homens, os gastos com combustíveis têm maior peso, contra 17% das mulheres. Já entre as empreendedoras, o que mais pressiona são os gastos com insumos e mercadorias: 41% delas indicaram esse quesito, enquanto apenas 34% dos homens escolheram essa mesma opção.

“Os dados são reflexo de muitas atividades que existem mais em determinados portes e perfis, como por exemplo motoristas e entregadores de aplicativos, que são na maioria das vezes microempreendedores individuais, homens e que dependem do combustível para trabalhar. Assim como as indústrias, que geralmente são micro ou pequenas empresas e dependem mais de matéria-prima”, destaca o superintendente do Sebrae.

 

De acordo com a 12ª edição da pesquisa de Impacto, para 62% das Indústria o custo das mercadorias é o que tem mais peso, seguido pelo Comércio (49%), Agropecuária (47%), Construção Civil (36%) e Serviços (25%). Já quando o assunto é combustível, ele pesa mais nos empreendimentos da Construção Civil (41%), Agronegócio (34%), Serviços (32%), Comércio (18%) e Indústria (14%).

 

Esse aumento das despesas tem causado problemas no controle das finanças das micro e pequenas empresas sergipanas. O levantamento mostrou que 60% dos empreendedores disseram que ainda tem muita dificuldade para manter o negócio em funcionamento. No estudo realizado em junho esse percentual era de 62%.

 

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