Prefeitura garante tratamento especializado a crianças com microcefalia
Postado 13/10/2021 18H01
A Prefeitura de Aracaju assegura a crianças nascidas com microcefalia, malformação congênita em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada, diversos tratamentos no Centro Especializado em Reabilitação Física e Intelectual II (CER II), no bairro Siqueira Campos, unidade gerida pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
Os bebês que nascem com microcefalia têm o perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é igual ou superior a 32 cm. Essa malformação pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.
O zika vírus, por exemplo, que é transmitido pelo Aedes aegypti, foi confirmado como uma das causas dessa malformação. Isso porque o vírus consegue invadir o feto e, dentro do cérebro, provocar danos que geram microcefalia.
De acordo com o fisioterapeuta e gerente do CER II, Jefferson Marques, a unidade atende, atualmente, 30 crianças com microcefalia. Com complicações diversas entre si, as crianças são acompanhadas por diferentes especialistas, dependendo das funções comprometidas.
Fluxo de atendimento
Para ser atendida no CER II, é necessário o encaminhamento de um clínico geral de uma Unidades Básicas de Saúde (UBS), profissional que, após consulta e realização de exames básicos, encaminha o paciente a um profissional especializado.
“Após isso, será feita uma triagem pelo Núcleo de Regulação da SMS, que é o setor responsável por agendar previamente as consultas conforme fila de espera. O setor entra em contato com o usuário, que recebe a informação do dia e horário que precisa comparecer e é orientado a se dirigir à sua Unidade de referência para receber a autorização do serviço agendado. Aqui, as crianças podem receber atendimento de fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia no caso dos pais, e ainda tem acompanhamento da equipe de enfermagem, pediatra e ortopedista”, orienta.
Nível de gravidade
Jefferson Marques explica que as microcefalias estão associadas a retardo mental, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. Ele ressalta que o tipo e o nível de gravidade da sequela variam caso a caso.
“As crianças de microcefalia, apesar de terem chegado aqui no CER II pelo mesmo motivo, nem sempre apresentam a mesma condição neurológica. Para cada paciente existe um protocolo específico, um projeto de tratamento específico para cada um, então vai depender do que os pacientes apresentem”, enfatiza o gerente.
Qualidade de vida
O acompanhamento dessas crianças, desde os primeiros anos, melhora o desenvolvimento e a qualidade de vida delas. Há ações de suporte que podem auxiliar no desenvolvimento do bebê ou criança, como ressalta Jefferson Marques.
“A depender do que a criança necessite, o atendimento pode ser individualizado, um profissional para um paciente. Em certos momentos os profissionais percebem a necessidade de atender em conjunto, o fisioterapeuta junto com o fonoaudiólogo, por exemplo, em que o fisioterapeuta posiciona o paciente e o fonoaudiólogo faz as estimulações orais, o que diminui a salivação ou melhora a deglutição. Os profissionais se juntam para cada um utilizar de uma técnica para melhorar o funcionamento do paciente e fazer com que haja melhorias durante o atendimento”, detalha o fisioterapeuta.
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