Aracaju reduz taxa de distorção idade-série na rede municipal de ensino Educação
Postado 18/03/2022 11H58
Traçada como meta pela Prefeitura de Aracaju, a redução da distorção idade-série nas escolas da rede municipal de ensino tem sido atingida ano a ano e, entre 2020 e 2021, mesmo em meio à suspensão das aulas presenciais em decorrência da pandemia, esse objetivo foi alcançado e a queda dessa taxa foi de quase quatro pontos percentuais.
De acordo com o Censo Escolar, essa diminuição percentual tem sido observada com maior relevância a partir de 2017, ano em que a taxa registrada foi de 32,2%. Nos anos seguintes, esse dado foi gradualmente reduzido. Em 2018, foi computada uma taxa de 32,1%, enquanto no ano seguinte foi 31,2%. Já em 2020, foi registrado 29,0%, e em 2021 apenas 25,1%.
Nos dois últimos anos, no entanto, sob o efeito da pandemia, os esforços da Secretaria Municipal da Educação (Semed) para equilibrar a idade-série foram redobrados, levando em conta a suspensão das aulas presenciais e os desafios para manter os alunos vinculados às unidades escolares.
Secretária municipal da Educação, Cecília Leite ressalta que reduzir a distorção idade-série é um desafio que tem sido trabalhado com empenho por parte das equipes da Semed.
A cada ano temos baixado mais o índice. Anda não chegamos à taxa ideal, digamos assim, mas é por isso que estamos ainda mais empenhados em dar maior atenção a esses alunos e desenvolver mais ferramentas que venham a auxiliar, neste sentido.
Distorção idade-série
No Brasil, a criança deve ingressar no 1º ano do ensino fundamental aos 6 anos de idade, com a expectativa de que conclua os estudos nessa etapa até os 14 anos de idade. É considerado um aluno em distorção idade-série aquele com mais de dois de distanciamento da idade de referência.
“Agora, no início de mais um ano letivo, iremos aplicar uma prova diagnóstica que será um dos nossos norteadores para as próximas ações. No entanto, mesmo durante as férias, fizemos reforço escolar e consta no nosso planejamento uma tutoria pedagógica, que tem foco em quem está em distorção, mas é ofertada para todos os estudantes da rede", destaca Cecília.
Durante a pandemia, complementa a secretária, a maior preocupação da gestão municipal foi fazer com que os alunos não abandonassem a escola, "tanto que reforçamos a máxima de que era preciso manter o vínculo", frisa. "Assim, no final do ano passado, realizamos um processo de busca ativa, mais um trabalho para manter o aluno na escola e, assim, evitar a ampliação da distorção em tempos pandêmicos”, pontua.
Para Cecília, atuar na redução da distorção idade-série é, além de tudo, trabalhar pela diminuição das desigualdades. “Não há uma causa única para a distorção. No entanto, há a hipótese. Trabalhamos com um público de média a baixa renda e uma das causas pode ser o aluno não entrar na pré-escola e chegar ao 1º ano atrasado", explica.
"A pré-escola é fundamental e é por isso que estamos investindo tanto na ampliação das escolas de educação infantil. Outra causa é a reprovação, e é por isso que também estamos estudando o fenômeno da reprovação, dando ainda mais atenção ao aluno que reprova. A distorção pode acarretar a evasão escolar, além de refletir no desenvolvimento desse indivíduo. A taxa de distorção não deixa de ser um dado de desigualdade e a rede tem que estar pronta para ter esse olhar”, salienta a gestora.
De acordo com ela, os efeitos do trabalho de correção idade-série são de médio a longo prazo. “O aluno só sai da distorção após dois anos, não é uma ação que vemos o resultado na hora, mas a atuação precisa ser imediata porque reflete no desenvolvimento social. Isso quer dizer diminuir a distorção”, completa Cecília.
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