Mais de 60 psicólogos da Assistência Social de Aracaju empoderam usuários para ressignificar suas histórias

Mais de 60 psicólogos, o que representa 7,5% do corpo profissional da pasta, atuam em mais de 30 equipamentos socioassistenciais em todos os níveis da Proteção Social

A ferramenta utilizada pelos psicólogos que atuam nos equipamentos socioassistenciais da Prefeitura de Aracaju, geridos pela Secretaria Municipal da Assistência Social, é a escuta qualificada. Neste sábado, 27, é celebrado o dia desses profissionais, que previnem situações de vulnerabilidade social e acompanham cidadãos que tiveram seus direitos violados para empoderá-los e ressignificarem suas histórias.

Diferente de um psicólogo clínico, que auxilia o paciente na resolução dos seus problemas, os psicólogos da pasta trabalham em consonância com o assistente social na identificação das vulnerabilidades sociais e intervindo, seja de forma individual ou coletiva, em atendimentos, ações, atividades, programas e projetos socioeducativos para fortalecer os usuários como sujeitos de direito e para a convivência familiar e comunitária.

De acordo com dados dos Recursos Humanos da Assistência Social do Município, mais de 60 psicólogos, o que representa 7,5% do corpo profissional da pasta, atuam em mais de 30 equipamentos socioassistenciais. De acordo com a secretária da Assistência Social de Aracaju, Simone Santana, eles estão presentes em todos os níveis da Proteção Social do Sistema Único de Assistência Social (Suas), como na Proteção Social Básica (PSB) e Proteção Social Especial (PSE) de Média e Alta Complexidade.

“Eles integram as equipes técnicas e atuam em todas as nossas unidades. É um trabalho de grande relevância dentro da área social porque dão esse apoio socioemocional, fortalecem os vínculos familiares que foram fragilizados para que o nosso usuário consiga superar a situação de vulnerabilidade a qual foi submetido e esteja pronto para encarar os desafios da vida. Agradeço a cada profissional que está na ponta, exercendo seu trabalho com muita sensibilidade e dedicação. Meu muito obrigada por cuidarem da população aracajuana”, parabenizou.

Eles estão presentes nos Centros de Referência da Assistência Social (Cras), Centros de Referência Especializados da Assistência Social (Creas), nos abrigos institucionais, como o “Sorriso”, para crianças, “Caçula Barreto”, para adolescentes, “Núbia Marques”, para mulheres vítimas de violência, “Nalde Barbosa”, para idosos, Casas Lares, além dos Centros de Referência Especializados para Pessoas com Deficiência (Centro Dia) e para População em Situação de Rua (Centro POP).

Nos 17 Cras, o trabalho do psicólogo junto ao assistente social, se dá para a atenção e prevenção de situações de risco, a partir do desenvolvimento de potencialidades pessoais e coletivas para o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, prevenindo assim, possíveis situações de violações de direitos.

A psicóloga Camila Santana se dedica ao trabalho social há 12 anos com as famílias do território do Cras Benjamim Alves, localizado no bairro Coroa do Meio. Para ela, executar sua função não é uma tarefa fácil, porém, é enriquecedora.

“Ser psicóloga no Cras é muito gratificante, é sempre um aprendizado diário. O acolhimento humanizado e o olhar especializado da psicologia possibilitam um olhar singular à dinâmica vivenciada pela família, promovendo orientações, favorecendo a autonomia e empoderamento das pessoas para a resolutividade de problemáticas enfrentadas, principalmente das mulheres, que são nosso maior público atendido”, contou.

Nos Creas, a partir do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi), os psicólogos realizam o acompanhamento de famílias e indivíduos que tiveram seus direitos violados ou ameaçados, cujos vínculos familiares e comunitários estão fragilizados, mas não foram rompidos, a exemplo de abandono, violência ou vivência de trabalho infantil. Eles atuam junto às famílias com o objetivo de garantir os direitos socioassistenciais e fortalecer os vínculos familiares.

“O psicólogo do Creas não pratica a psicoterapia, mas sim, uma escuta qualificada para compreender o indivíduo através de sua história, território e comunidade em que vive. Seu foco deve estar na proteção social desses usuários e na garantia de seus direitos. Em caso de necessidade de atendimento psicoterapêutico, o psicólogo do Creas deve encaminhar o usuário à área da Saúde”, explicou a psicóloga Thaís Oliveira, que atua no Creas Gonçalo Rollemberg Leite, situado no bairro José Conrado de Araújo.

Já o Abrigo Núbia Marques, é uma unidade de acolhimento institucional do Município destinado às mulheres vítimas de violência. Nele, os psicólogos viabilizam a integridade física, emocional e psicológica das mulheres em risco de morte e de seus filhos, promovendo o exercício dos direitos da sua cidadania, contribuindo assim para o resgate e fortalecimento da sua autoestima.

Psicóloga, Rafaela Tojal atua na Assistência Social há 10 anos. Desde o ano de 2019, a também psicanalista e especialista em psicopatologia clínica, é lotada no abrigo Núbia Marques. Segundo ela, seu trabalho “é voltado para a escuta, acolhimento, orientações e encaminhamentos das mulheres em situação de violência doméstica, respeitando as especificidades de cada caso. A escuta técnica, baseada em princípios éticos, livres de julgamentos, favorece o desenvolvimento de potencialidades, a construção dos vínculos de forma mais saudável e escolhas mais conectadas com o que cada um deseja pra sua vida”, explicou.

Sobre a data

O Dia do Psicólogo é comemorado em 27 de agosto no Brasil porque nessa data, em 1962, foi sancionada a Lei nº 4.119, que dispõe sobre a profissão e os cursos de Psicologia, porém, a mesma foi promulgada em 21 de janeiro de 1964 pelo Decreto nº 53.464. Posteriormente, em 27 de dezembro de 2016, a publicação da Lei nº 13.407 oficializou a celebração.

Termo

A palavra Psicologia vem do grego “psique” (alma) e “logos” (estudo), ou seja, o estudo da alma humana. Representada pelo símbolo do tridente, que possui relação com a letra psi do alfabeto grego, essa ciência surgiu no século 16, buscando compreender os indivíduos, suas angústias e inquietações.

Foto: Ascom

Fonte Assistência Social de Aracaju

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