OS JOVENS NA GESTÃO DO FUTEBOL
Alexandre Guimarães
O Confiança iniciou o campeonato brasileiro da série C, oficialmente, sem presidente, já que o jovem dirigente Yago França renunciou ao cargo a uma semana da competição nacional, alegando a falta de tempo para dirigir, em virtude de outras atribuições, como a vida política e a empresarial. Semana passada, mais um jovem dirigente, Saulo Aragão renunciou ao cargo de vice-presidente de futebol do Club Sportivo Sergipe, atribuindo a decisão também ao tempo escasso, pois atua como assessor jurídico de atletas. Além de considerar essa carreira incompatível, eticamente, com a função assumida no time colorado.
Uma preocupação surge, quando nos deparamos com jovens dirigentes atuantes, deixando a gestão dos nossos clubes. Foram importantes no exercício das funções nos respectivos clubes do coração. O Yago França conseguiu dois acessos de divisão, da série D para C e da série C para B, implementou uma gestão de resultados na instituição e reformou o complexo Sabino Ribeiro, proporcionando uma estrutura em nível de clubes que estão disputando as séries A e B. Já o ex vice de futebol do Sergipe, durante os dezessete meses no cargo, foi bicampeão sergipano (2021-2022) e parceiro na reorganização de vários setores no alvi-rubro.
A renovação, em qualquer segmento profissional, é importante e necessária. A presença deles nas instituições é um elemento motivador, para que outros jovens dirigentes apareçam com novas ideias, acompanhadas da criatividade e da ousadia, que lhes são peculiares, no sentido de potencializar a existência dos clubes. Esses elementos são essenciais para a conquista de novos títulos e são eles que fazem a torcida crescer e renovar. É um fato fácil de constatar! É visível, por exemplo, o crescimento das torcidas de clubes paulistas em Sergipe, quando há um tempo nós éramos, quase que exclusivo, um reduto de torcedores dos times cariocas. Isso se deve a gestões ousadas e criativas com o DNA de pessoas jovens, mas também orientadas pela experiência dos mais vividos. Aliás essa junção é fantástica!! Precisamos desse recorte no futebol sergipano.
Às vezes fico me perguntando se os fatores elencados no início deste texto foram os fatores determinantes para a decisão dos competentes dirigentes. Será que o nosso futebol está se tornando desinteressante? Será que o nosso futebol está condenado a insucessos? O atual desenho do futebol sergipano não é atrativo para os jovens? Enfim, são alguns questionamentos que nos momentos de desaceleração do corpo e de reflexão surgem. Na ânsia de encontrar um diagnóstico, faz-nos colocarmos numa posição marcada pelas incertezas. Será que eles saíram só por aquelas razões ou foram elegantes nas despedidas para não machucar mais ainda àquele que implora ajuda?