Transporte público brasileiro em crise exige soluções urgentes

Legenda: ônibus em Aracaju continuam lotados e sem conforto para os passageiros 

 Foto: André Moreira - SMTT

Por Barroso Guimarães 

O transporte público no Brasil enfrenta crise há décadas, com impactos negativos para usuários, empresas operadoras e poder público. As tarifas são altas, a qualidade do serviço é baixa e a dependência da tarifa como única fonte de custeio gera dificuldades financeiras para as empresas.

 A pandemia de Covid-19 agravou a crise, com a perda de até 80% da demanda de passageiros em algumas cidades. Há problemas estruturais como falta de prioridade ao transporte público, modelos de contratos engessados e a previsão constitucional que sobrecarrega os prefeitos com a responsabilidade por sistemas ineficientes e caros.

 
Diversas soluções têm sido propostas, como a construção de corredores de ônibus que priorizem o transporte coletivo, combate ao transporte clandestino, incentivos ao uso de bicicletas e caminhadas, e a criação de subsídios para o transporte público vindos de outras fontes de financiamento.

Para solucionar esse problema, é necessário buscar outras fontes de financiamento para o transporte público, além de investir em infraestrutura e combater o transporte clandestino. O estudante José Euclides Mendonça e a comerciária Kézia Santana afirmam que a falta de estrutura e atrasos são problemas comuns no transporte público há décadas.

Legenda: Prefeito Edvaldo Nogueira, diretor do Aracaju card, José Amâncio e o presidente do Setransp, Eduardo Almeida
Foto: Setransp

O presidente do Setransp - Sindicato de Empresas de Transportes de Passageiros do Município de Aracaju, Eduardo Almeida, destaca a necessidade de mais investimentos e construção de corredores de ônibus que priorizem o transporte coletivo.

Entre as causas do problema estão a dependência da tarifa como única fonte de custeio para a maioria dos sistemas de transporte, a falta de prioridade ao transporte público no espaço urbano e modelos de contratos engessados. O transporte clandestino também é um problema, já que não paga impostos e prejudica o transporte público.

Legenda: Bosco Mendonça defende a criação de subsídios para o transporte público em Aracaju

Foto: Prefeitura de Aracaju 

Outra proposta para melhorar o financiamento do transporte público é a criação de subsídios vindos de um percentual do IPVA, como defendido pelo ex-superintendente da SMTT, Bosco Mendonça. Essa medida ajudaria a reduzir o peso da tarifa para os usuários e garantiria um financiamento mais justo e equilibrado para o sistema de transporte.

Além disso, é importante incentivar alternativas ao transporte privado, como a bicicleta e a caminhada. A construção de ciclovias e passeios, assim como programas de compartilhamento de bicicletas e incentivos para pedestres, podem ajudar a reduzir a dependência do transporte individual e melhorar a mobilidade urbana como um todo.

O especialista em transporte público, César Rocha, concorda que a gratuidade é um fator que pesa no bolso do passageiro e defende que o Governo Federal subsidie as meias passagens, idosos e deficientes. Ele acredita que buscar outras fontes de financiamento é uma solução importante para aliviar a carga sobre os usuários e garantir um transporte público mais justo e acessível. Além disso, Rocha destaca a importância de investir em infraestrutura de transporte público, priorizar o transporte coletivo e melhorar a qualidade do serviço, incentivando alternativas ao transporte privado, como o uso de bicicletas e caminhadas.

A crise do transporte urbano e metropolitano no Brasil afeta a todos os envolvidos. Usuários sofrem com serviços de baixa qualidade e tarifas elevadas, empresas operadoras enfrentam retornos financeiros cada vez menores, e o poder público tem sua imagem arranhada por sistemas de transporte ineficientes e caros. Para melhorar a mobilidade urbana, é necessário investir em infraestrutura, priorizar o transporte coletivo, melhorar a qualidade do serviço e incentivar alternativas ao transporte privado.